O coração de atleta é um termo usado em cardiologia para descrever de
forma abrangente todas as modificações na forma e funcionamento do coração de
atletas bem treinados.
Quando uma pessoa é submetida a qualquer atividade repetitiva
acontecem duas coisas: desgaste e adaptação. O desgaste pode ser observado mais
facilmente por dores articulares em joelhos de corredores ou cotovelos de
tenistas e golfistas. Isso pode ser prevenido evitando abusos e utilizando
proteção adequada dos membros. A adaptação é mais facilmente observada na
hipertrofia muscular em halterofilistas e no rearranjo das traves fibrosas
ósseas para suportar melhor impacto durante o crescimento.
O coração, como o músculo que é, também sofre adaptação quando é
submetido a estresse repetido.
As mudanças mais comuns são:
- Redução da frequência cardíaca: sinais de que o sistema nervoso
autônomo parassimpático já se acostumou com a sobrecarga de adrenalina e
aprendeu a balancear a frequência do coração e seus efeitos
deletérios;Hipertrofia do miocárdio: o músculo aumenta sua massa para melhorar
a performance e se adaptar ao alto fluxo durante o esporte;Sopros: podem ser
causados pela hipertrofia, mais raramente, ou pelo fluxo aumentado. Devem ser
avaliados com cuidado, pois sua presença pode não ser benigna;Arritmias
cardíacas: aqui a adaptação já começa a se tornar desgaste. O coração sob
estresse intenso pode não tolerar mais o esforço e criar batimentos prematuros
ou arritmias mais graves. Esses devem ser sinais de alerta para o
descondicionamento ou investigação adicional.
A preocupação com o coração do atleta vem das características em comum
entre este e uma doença grave chamada miocardiopatia hipertrófica, que é um
distúrbio genético que faz com que o músculo hipertrofie mesmo sem necessidade.
É uma doença relativamente comum na população geral, e os portadores desta
apresentam alto risco de morte se submetidos à atividade física extenuante.
Acredita-se que a maioria dos atletas que morrem subitamente durante a
atividade física tem alguma doença genética (como miocardiopatia hipertrófica
ou síndrome do QT longo), que talvez pudesse ter sido identificada em exames de
rotina, como ECG ou ecocardiograma.
É possível (e necessário) afastar a doença cardíaca antes de começar a
praticar atividades de alta performance. A consulta médica é um tempo gasto que
pode poupar muito transtorno no futuro!
Fonte: http://www.minhavida.com.br/fitness/materias/17542-exercicio-excessivo-faz-mal-ao-coracao-conheca-os-perigos-do-overtraining?utm_source=news_mv&utm_medium=fitness&utm_campaign=8707614