Dormir menos de seis a oito horas, o que o recomendado para
uma melhor qualidade de vida, pode afetar a saúde e prejudicar funções que nem
imaginamos estar relacionadas ao sono.
O excesso de trabalho, estresse, insônia, acúmulo de tarefas
e distúrbios do sono são alguns dos problemas que interrompem uma boa noite de
descanso, apresentando dificuldade para pegar no sono, ou acordar diversas
vezes durante a noite, o que na maioria dos casos, faz com que o mal humor esteja presente no dia seguinte.
No site www.minhavida.com.br encontramos 9 problemas causadoss pela falta de sono. Vamos conferir agora:
Impede a conservação
da memória
"O sono é uma etapa crucial para o cérebro transformar
a memória de curto prazo relevante em memória de longo prazo", afirma o
neurologista André Felicio, da Academia Brasileira de Neurologia. O
especialista explica que, durante a noite, o cérebro faz uma varredura entre as
informações acumuladas, guardando aquilo que considera primordial, descartando
o supérfluo e fixando lições que aprendemos ao longo do dia. "Por esse
motivo, quem dorme mal costuma sofrer para se lembrar de eventos simples, como
episódios do dia anterior ou nomes de pessoas próximas", diz.
Afeta o emagrecimento
Durante o sono nosso organismo produz a leptina, um hormônio
capaz de controlar a sensação de saciedade ao longo do dia. Por isso, pessoas
que dormem pouco produzem menores quantidades desse hormônio. Além disso, quem
tem o sono restrito produz mais quantidade do hormônio grelina, que provoca
fome e reduz o gasto de energia. "A consequência é a ingestão exagerada de
calorias durante o dia, pois o corpo não se sente satisfeito", explica a
endocrinologista Alessandra Rasovski, da Sociedade Brasileira e Endocrinologia
e Metabologia. Segundo um estudo feito na Universidade de Chicago, pessoas que
dormem de seis a oito horas por dia queimam mais gorduras do que aquelas que
dormem pouco ou tem o sono fragmentado. A pesquisa afirma que a falta de sono
reduz em 55% a queima de gordura.
Enfraquece a imunidade
É durante o sono que acontecem diversos processos em nosso
organismo, dentre elas a produção de anticorpos. De acordo com um estudo da
Universidade de Chicago (EUA), dormir pouco reduz a função imune e o número de
leucócitos, células responsáveis por combater corpos estranhos em nosso
organismo. Segundo a pesquisa, quem dormia quatro horas por noite por uma semana
tinham os anticorpos reduzidos pela metade, quando comparados aqueles que
dormiram até oito horas.
Altera o funcionamento do metabolismo
As mudanças no ciclo do sono podem atrapalhar a síntese dos
hormônios de crescimento e do cortisol, já que ambos são produzidos enquanto
dormimos. "Os maiores efeitos dessa deficiência são despertar cansado, a
dificuldade de raciocínio e a ansiedade, que podem interferir na realização de
tarefas do cotidiano, levando a problemas como déficit de atenção, acidentes de
trânsito, indisposição física, irritabilidade e sonolência", diz a
endocrinologista Alessandra.
Leva ao
envelhecimento precoce
Durante o sono, produzimos hormônios
"rejuvenescedores", como a melatonina e o hormônio do crescimento.
"Esses hormônios exercem funções reparadoras e calmantes para a pele, e a
falta de sono impede que o corpo descanse adequadamente", afirma a
endocrinologista Alessandra. Os maiores resultados disso são uma pele sem viço
e com olheiras. O estresse provocado pela falta de sono também favorece o
aparecimento de rugas.
Interfere na produção de insulina
Pessoas com diabetes que tem um sono insuficiente
desenvolvem uma maior resistência insulínica, tornando o controle da doença
mais difícil. É o que afirma um estudo feito pela Northwestern University, dos
Estados Unidos. Os pesquisadores concluíram que portadores de diabetes que
dormem mal tinham 82% mais resistência à insulina que os portadores com sono de
qualidade. Além disso, a falta de sono adequado pode favorecer o aparecimento
de diabetes tipo 2 em quem não tem a doença. "É durante o sono que o corpo
estabiliza os índices glicêmicos, por isso quem não tem um sono de qualidade
sofre com o descontrole do nível de glicose, podendo desenvolver
diabetes", explica a endocrinologista Alessandra.
Desregula a pressão arterial
A neurologista Rosa Hasan, responsável pelo Laboratório do
Sono do Hospital São Luiz, explica que a dificuldade em descansar durante a
noite é equivalente a um estado de estresse, aumentando a atividade da
adrenalina no corpo. "Uma noite mal dormida deixa o organismo em estado de
alerta, aumentando a pressão sanguínea durante a noite", explica a
especialista. Ela afirma que com o tempo essa alteração na pressão sanguínea se
torna permanente, gerando a hipertensão.
Afeta o desempenho físico
"Um sono incompleto é uma das principais causas de
fadiga ou baixo desempenho motor", afirma o neurologista André. Quando
dormimos profundamente e sem interrupções, nosso corpo começa a produzir o
hormônio GH, responsável pelo nosso crescimento, e que começa a ser sintetizado
só 30 minutos depois de começarmos a dormir. "O hormônio do crescimento
tem como funções ajudar a manter o tônus muscular, evitar o acúmulo de
gorduras, melhorar o desempenho físico e combater a osteoporose", explica
a endocrinologista Alessandra.
Prejudica o humor
"A falta de sono faz com que o cérebro não descanse
plenamente, prejudicando a comunicação entre os neurônios", explica o
neurologista André. E os neurônios são os responsáveis por produzir os
neurônios relacionados ao nosso bem-estar, como a serotonina. "Por isso
que um sono deficiente impacta o nosso bom-humor de forma direta, podendo até
favorecer quadros de depressão."
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