"O amor não
tem idade para manifestar-se e ninguém pode julgar o que é melhor para o outro,
posto ser a escolha do parceiro algo totalmente subjetivo"
Há casais que, aos olhos dos
outros, passam por pai e filha ou mãe e filho, tal a diferença de idade dos
dois. Quinze ou vinte anos de diferença realmente nos dão a sensação de duas
gerações se relacionando - o que de fato é, não dá para negar. Isso pode ser
absolutamente irrelevante para quem está na relação, e quanto mais velhos
forem, menor será a importância dada a esse fato.
A questão se complica
quando o mais velho começa a exigir do mais novo atitudes condizentes com sua
idade e maturidade, o que o outro ainda não desenvolveu simplesmente por não
ter tido as mesmas experiências e vivências. Aquele, com sua experiência de
vida e maturidade, quer que o parceiro corresponda agindo e pensando como ele,
mostrando impaciência e intolerância com certos desejos ou inseguranças do
cônjuge comuns à fase de vida em que ele se encontra. Esquece de colocar-se no
lugar do outro - atitude que todos nós deveríamos sempre ter - para perceber
seu lado, o que ele realmente necessita.
O inverso também é
verdadeiro: quando o mais novo começa a exigir coisas do mais velho que já não
lhe cabem, pois está em outra fase de vida, e irrita-se quando percebe que seu
parceiro não tem a mesma disposição para certas situações que, anos atrás, já
fizeram parte de sua vida. Os anos passam, as prioridades e vontades mudam, a
capacidade física e disposição se alteram. É preciso respeitá-las.
Um dos pontos que pesam
para que uma relação tenha mais chances de sucesso é ambos estarem vivendo a
mesma fase de vida, ou pelo menos estarem em fases parecidas. Por exemplo: um homem
já divorciado, pai de filhos adultos, casa-se pela segunda vez com uma jovem
com idade equivalente à dos filhos, e resolvem começar uma nova família. Essa
jovem não viveu muitas coisas pelas quais o marido já passou, e tem vontade de
vivê-las. Está em seu direito, claro. Mas é preciso enfrentar uma série de
questões que provavelmente virão à tona em algum momento, como os comentários
"irônicos" dos amigos, o olhar crítico da família de origem (pais,
irmãos), a convivência com os filhos do primeiro casamento, que pode vir com
resistência em respeitar uma madrasta que possui praticamente a mesma idade
deles.
O inverso, novamente,
também é verdadeiro. Não estou dizendo que essas uniões estão fadadas ao
fracasso, mas sim que enfrentarão mais dificuldades que outras em que as idades
são mais próximas. O casal tem que se pautar em muita cumplicidade, apoio, confiança,
coragem e, acima de tudo, amor, para vencer os obstáculos que surgirão.
É preciso muito respeito
e, uma condição fundamental, a inversão de papéis a todo momento. Com isso
quero frisar a importância de "colocar-se no lugar do outro" para que
se percebam suas necessidades, a fim de evitar que se cobrem coisas impossíveis
e não condizentes com a idade do cônjuge.
Parceiros mais jovens podem
reacender nos mais velhos uma alegria de viver que já não parecia existir,
dando-lhes uma injeção de ânimo e trazendo à tona uma energia muitas vezes
surpreendente.
O amor é nobre, independente da idade em que aconteça. Que tenhamos, então, a
oportunidade de vivenciá-lo em sua plenitude!
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